Num recente episódio do Vieses Femininos, comentei sobre como a maternidade nos impulsiona em direção ao nosso propósito de vida e é sabido que o tema “maternidade e carreira” ainda possui muita dificuldade em ocupar o mesmo lugar no espaço, na vida de muitas mulheres e de empresas.
Se esse também é o seu caso, quero te convidar a esta reflexão.
De acordo com uma pesquisa da FGV com 247 mil mulheres, 24 meses depois de tirar licença maternidade, metade (50% ) saíram do mercado de trabalho — principalmente por iniciativa do empregador.
Este dado, somado ao fato de que as buscam no Google por “empresas que contratam grávidas”, cresceu 221% entre 2015 e 2018, reforçam que ainda temos um caminho a ser percorrido para que os temas possam andar de mãos dadas.
Tenho acompanhado o crescimento de movimentos e profissionais que buscam impulsionar o quanto a maternidade é um fator diferencial para o nosso currículo. Inclusive aderi a uma campanha no LinkedIn que incentiva a ajudar as mães que querem voltar ao mercado de trabalho pela hashtag #aquiestãoasmães.
No meu post, acrescentei um parágrafo dando ênfase para as skills que adquiri e desenvolvi neste últimos 5 anos e 8 meses como mãe:
“A maternidade me tornou mais presente, focada, despertou meu propósito maior e a visão de que precisamos construir um legado positivo para nossa sociedade, seja pela nossa atuação profissional, seja pelas nossas relações interpessoais. Nós lideramos pelo exemplo e liderança é ser quem você é, na prática.”
Em um dos episódios mais ouvidos no primeiro ano do Vieses Femininos, a fonoaudióloga Malka Toledano nos estimula a nos percebermos como “novas mães” a cada minuto. Afinal, se a maternidade é um exercício sem manual, a cada nova fase dos nossos filhos, somos novas mães , com novos desafio.
E qual melhor exercício para a liderança senão o desafio da flexibilidade que este movimento nos impulsiona?
Em outro episódio, a consultora que se dedicada às mães na volta ao trabalho, Sumaia Thomas, explorou comigo o lema:
“Nasce uma mãe, nasce uma líder.”
ouça a edição completa aqui.
Dê à luz ao seu Currículo
Aumentou em dez pontos percentuais o número de empresas que oferecem licença-maternidade de seis meses e licença-paternidade de 20 dias. O dado, inédito, foi registrado na última edição da pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil, realizada pelo Great Place to Work (GPTW). De acordo com o estudo, quase metade (49%) das participantes da pesquisa confirmaram oferta de licença-maternidade de pelo menos seis meses, contra 39% no ano passado. O número de organizações com licença-paternidade de pelo menos 20 dias passou de 29% para 39%. Os dados estão nesta matéria da Época Negócios.
É preciso falar mais sobre o tema. Reforçar que gravidez não é doença e que a maternidade é, praticamente, um pós-doutorado em liderança.
Mostrar o lado positivo reforça o quanto nos tornamos mais preparadas para atuar não só no mercado de trabalho convencional, como nos arriscarmos em uma jornada empreendedora e buscarmos o nosso propósito.
No meu caso, o propósito de advogar pela liderança feminina emergiu após o nascimento do meu segundo filho, quando o ambiente corporativo que eu frequentava deixou de fazer sentido e resolvi me atirar no empreendedorismo sem saber o que me esperava.
Quando faço o exercício da reflexão que trago aqui, vejo que além de colaborar para os dados estatísticos, a maternidade na minha carreira foi o meu saca-rolhas do propósito. Afinal, qual o maior desafio nesta vida, senão educar um filho?
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