“Empreender não é abrir um negócio. É ter uma atitude diferente para a vida.”
Ouvi essa frase da Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, dias atrás. Me senti representada.
Em janeiro desse ano (2017), tomei uma atitude que nunca tinha imaginado: pedi para sair de uma das maiores empresas de Real Estate do mundo. Uma empresa de lastro, séria e inovadora, que eu sempre havia tido como uma meta, um lugar que representava, para mim, a grande conquista no universo corporativo e da incorporação imobiliária.
Mas, com a crise econômica potencializada no mercado imobiliário e com um filho de 9 meses e uma filha de 3 anos, não fazia mais sentido a equação trânsito-falta de tempo para a família-metas que nada me diziam.
A conta era uma só: menos tempo para viver a “vida real” e menos reconhecimento verdadeiro.
No início deste ano que finda amanhã, a minha “balança da vida” despencou para o lado oposto ao da carreira empresarial, ao da projeção pelo “sobrenome corporativo”.
As noites sem dormir e horas extras não tinham mais um porquê.
Minha vida pendeu para o lado do significado, do propósito (palavra da moda, mas de difícil aplicação efetiva) e do sentido.
Me atirei
Fiz as contas, planejei, programei. E fui. Me atirei em uma jornada empreendedora na qual descobri um mundo novo.
Trabalhei muito, sofri pressões de várias outras ordens, algumas desilusões, me surpreendi e me decepcionei. Nada que eu não tivesse sido alertada. E quer saber? Foi bom.
Nesse caminho reencontrei velhos e queridos amigos, sem a pressão do horário de almoço, sem a necessidade de encaixar na agenda e desmarcar de última hora por conta de uma reunião “mais importante”. Fui a encontros de pais na escola e fiquei até o fim. Participei de eventos, palestras, grupos de discussões e reflexões.
Me dediquei mais ao LinkedIn. Reativei minha rede de contatos e senti na pele a importância que sempre dei ao networking e ao poder da rede.
Vivenciei os clichês reais do mundo empreendedor, trabalhando muito mais, com dificuldade de ajustar a agenda e encaixar o tão sonhado tempo livre na nova jornada. Deixei de “ganhar dinheiro” para “gerar valor”.
E, no momento que me achei sozinha nesse universo empreendedor, sem os sócios que antes achava indispensáveis, tive o apoio e a sempre presença do meu marido, meu parceiro, meu amigo e meu sócio de vida, que me abriu os olhos para enxergar o poder da força empreendedora feminina.
Entendi que o tal “preço da liberdade” é custoso, dolorido, árduo e que precisa de muita disciplina. E que, por mais planejamento que exista, o vento pode soprar em direção a caminhos distintos.
Empreender é grande, enorme. Um ato de coragem.
O mundo corporativo não te preparara para a vida empreendedora. Muito menos a faculdade. O que te prepara para empreender é a vida. Aquela lá fora. Que você vê passar pela janela do escritório.
Termino 2017 cheia de sonhos e projetos, novidades, assuntos e pessoas que, antes, eu não teria sequer acesso.
2018 será, certamente, um ano de colheita, realizações e continuação desta jornada empreendedora.
E eu te desejo o mesmo. Feliz Ano Novo!
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