Precisamos encarar nossas redes sociais de forma mais feminina

Nós, mulheres, precisamos encarar nossas redes sociais de forma mais feminina. Especialmente se estamos em busca de cargos de liderança executiva.

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iStock – metamorworks

Além de enfrentarmos obstáculos culturais e políticos que os homens normalmente não têm, tratar nossa rede de forma mais feminina significa se “beneficiar de um círculo íntimo de contatos femininos que podem compartilhar informações pessoais sobre as atitudes de uma organização em relação às líderes femininas, o que ajuda a fortalecer as mulheres” especialmente quando falamos de pesquisa de emprego, entrevistas e estratégias de negociação.

Enquanto a equidade no ambiente corporativo é pauta obrigatória, no que se refere a como lidamos com as redes sociais, o assunto precisa ser analisado com olhares individualizados, no que diz respeito ao gênero. Pelo menos é o que aponta os estudos as pesquisas recentes do professor Brian Uzzi conduzidas com os colaboradores Yang Yang e Nitesh V. Chawla, pela Kellogg University. (fonte: https://hbr.org/2019/02/research-men-and-women-need-different-kinds-of-networks-to-succeed)

De acordo com a pesquisa, a forma como conduzimos as nossas redes de networking e sociais produz resultados distintos, se tratados da mesma forma entre os gêneros, ou seja, com a equidade. O estudo analisou um volume significativo de trocas de mensagens entre alunos e alunas do MBA e avaliou o percentual de recolocação pós-MBA.

Os homens não se beneficiam tanto do tamanho da rede, mas de serem centrais à sua rede – conectados a vários “hubs” ou a pessoas que têm muitos contatos em diferentes grupos, no caso, de alunos.

Já as mulheres, são beneficiadas em termos de colocação – neste estudo no pós-MBA – também por serem centrais na rede, porém, para alcançar os cargos executivos com os mais altos níveis de autoridade e remuneração, elas também tinham que ter um círculo íntimo de contatos próximos com mulheres, apesar de possuírem qualificações semelhantes aos homens, incluindo educação e experiência de trabalho.

Interação feminina

A pesquisa apontou que,  embora os homens também tivessem círculos internos em suas redes – contatos com os quais se comunicavam mais -, a composição de gênero dos círculos internos dos homens não estava relacionada à colocação profissional. Enquanto que das mulheres, sim.

As mulheres mais bem-sucedidas tinham amigas íntimas que tendiam a estar conectadas a vários grupos diferentes de pessoas e que, portanto, podiam fornecer novas informações. Se o círculo íntimo de uma mulher tinha conexões primordialmente redundantes, ela também não apresentava um desempenho tão bom – talvez porque tivesse mais chances de obter a mesma perspectiva repetidamente, “o que poderia criar muitos pontos cegos”, diz Uzzi.(fonte: https://exame.abril.com.br/carreira/para-chegar-aos-melhores-empregos-as-mulheres-precisam-de-outras-redes/)

Justificar a ausência não é a solução

A pesquisa traz, em dados, o que a experiência e a vivência tem demonstrado. Digo isso por experiência própria.

Atualmente atuo como voluntária em algumas frentes, me envolvendo em causas pelas quais compactuo e procuro aprender mais, com a troca de relacionamentos e conhecimentos.

Dentre elas, sou vice coordenadora da comissão de mercado imobiliário na Câmara de Comércio França Brasil. Mensalmente, organizo, ao menos, um evento dentro da temática imobiliária e compartilho com a minha rede de conexões e contatos. São eventos com conteúdo e networking, além de poder rever colegas e amigos do mercado.

Pouquíssimas vezes pude ter a presença de amigas nesses eventos. Não foi pela falta de convite e, percebo que, quanto mais divulgo as ações que tenho feito, mais recebo comentários de amigas e conexões que lamentam não conseguirem ir aos eventos.

Não conseguir ir é uma questão de organização, disponibilidade, inviabilidade financeira ou indisposição física? Qual foi a justificativa que você deu ao último evento ou encontro que deixou de ir?

E quanto à sua rede de conexões digitais? Quantos comentários, mensagens, e-mails ou WhatsApp você enviou de forma a criar uma conexão mais íntima, como mostra o estudo?

Conexão e Networking

Existem ações afirmativas que só você pode fazer por você mesma. E não estou falando de cotas ou de outras atitudes que empresas e entidades realizam pela equidade. Me refiro ao que você, isso mesmo, você, tem feito pela sua rede de conexões.

Quando eu criei o meu projeto de podcast, o Vieses Femininos, minha proposta é que você pudesse receber conteúdo também no percurso trabalho-casa-trabalho, ouvindo conversas de temas relevantes ao universo feminino, criando empatia e sororidade.  

Ao criar o Mulheres pelas Mulheres com Juliana Rivero e Maria Olivia Machado, pensamos num espaço onde pudéssemos te mostrar quais os movimentos que existem, quem são as mulheres que estão exercendo a liderança e fazendo algo por outras mulheres. Um local de conhecimento, de troca e onde você poderá escolher aquele que melhor “te veste” (termo que aprendi ao entrevistar o estilista Rodrigo Rosner).

https://soundcloud.com/viesesfemininos/27-vieses-femininos-imagem-feminina-por-rodrigo-rosner

O estudo evidencia que a rede é apenas a plataforma, quem faz a diferença no impacto e no engajamento, não só da sua recolocação, mas do nível ao qual você estará quando for recolocada, é você. Como? Alimentando, nutrindo e cultivando sua rede de contatos de forma íntima, de forma feminina.

Com isso, analisando os dados, posso concluir que movimentos femininos, grupos, eventos e conexões são importantes e que, usados de forma correta, produzem sim resultado.

Cabe a você utilizá-los de forma feminina. Saiba mais em nas minhas palestras e conteúdos no blog.

https://soundcloud.com/viesesfemininos/lideranca-feminina
Elisa Rosenthal é diretora presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário. Colunista no Estadão e Exame. LinkedIn Top Voices. Autora de “Proprietárias” e “Degrau Quebrado”. Vencedora do prêmio Conecta Imobi 22 e 23 - Voz Feminina e ESG. Eleita a mulher mais influente do mercado imobiliário de 2023 pela Imobi Report.

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