São muitos os movimentos femininos que engajam mulheres pelos seus ideais, setores, segmentos e diferentes afinidades. Afinal, o que falta para enxergarmos mais mulheres em cargos de liderança?
Meu envolvimento com os movimentos e a liderança feminina começou no final de 2017 e, na 38º edição do podcast Vieses Femininos, conto parte dessa trajetória.
O que aprendi estudando e com a recente graduação em Liderança Avançada para Mulheres pela Shakti Fellowship é que os coletivos de mulheres para mulheres formam uma potente rede para conquistar a equidade e a resposta para a pergunta que abre este texto: “O que falta para termos, efetivamente, maior participação das mulheres em cargos de liderança?”
“Faltam exemplos. Não só nas empresas, mas na sociedade como um todo. Exemplos de que a mulher não precisa ser a mulher-maravilha para dar conta de tudo, mas que a gente consegue equilibrar uma vida executiva e vida de mãe.”
Paula Paschoal, CEO da PayPal para o G1 .
É exatamente isso. Precisamos estar – cada vez mais próximas – destes exemplos, aceitando as nossas vulnerabilidades e fortalecendo as nossas qualidades que nos tornam líderes.
“(…) As soft skills passam a ter uma importância cada vez maior no dia a dia de quem lida com tecnologia. Essa sensibilidade, paciência, esse cuidado da mulher no dia a dia deve ser valorizado cada vez mais. 17% são mulheres nas turmas de faculdades de cursos técnicos. Cada vez mais a gente tem que incentivar essas meninas desde pequenas a se interessarem.”
Paula Paschoal – PayPal
Como começar?
Essa é uma dúvida muito comum. Por onde e como começar? Seja na sua empresa ou na sua jornada empreendedora, começar esse movimento pode não ser algo tão óbvio.
Esta é uma dúvida muito comum. Por onde e como começar? Seja na sua empresa ou na sua jornada empreendedora, iniciar este movimento pode não ser algo tão óbvio. Segundo Luciana Staciarini Batista, sócia da consultoria Bain & Company em parceria com o LinkedIn (Fonte: Estado de São paulo):
“Fazer um diagnóstico profundo sobre onde está a perda de mulheres nos quadros corporativos e fazer com que a liderança se comprometa com os resultados” é um caminho possível, dentro de organizações.
É um caminho possível, dentro de organizações.
Outra recomendação seria combater os vieses que sistematicamente existem ao longo do recrutamento e seleção. Além disso, implementar políticas, como horários mais flexíveis, para que a mulher consiga conciliar família e trabalho. Finalmente, é preciso construir uma cultura inclusiva, colocando a diversidade no propósito da empresa, diz ela.
Outra fonte efetiva para começar é conhecendo os movimentos e escolhendo aquele que “melhor te veste”, ou seja, aquele que faz sentido para você.
Ao Vieses Femininos, Fatima Merlin e Sandra Takata contaram como começaram o movimento Mulheres do Varejo. Assim como elas, a Cia. Empreendedora, da Nara e Marina também nasceu de uma vontade em comum que se tornou um grande encontro de oportunidades, acolhimento e apoio.
No ano passado, Juliana Rivero e Maria Olivia Machado e eu criamos o Mulheres pelas Mulheres, um espaço mensal para conhecermos quem são essas protagonistas do mundo e quais são esses movimentos. Ou seja, um movimento apenas para podermos nos situar do que está acontecendo e conhecer, de perto, quem são essas mulheres que estão fazendo – e muito – por outras mulheres.
No final de junho, Renata Botelho, no Rio de Janeiro e Lia Meger, em Curitiba, aceitaram tirar do papel um desejo antiga: um grupo para Mulheres do Imobiliário.
O propósito deste núcleo é reconhecer o espaço que conquistamos até aqui, reforçando a importância de nosso papel no mercado imobiliário, nos unindo em uma rede de apoio recíproca para propagar, apoiar, e capacitar. Ampliando a diversidade e oferecendo sororidade. Se você é uma mulher do imobiliário, faça parte clicando aqui.
Frequentar esses espaços pode te abrir muitas janelas de conhecimento como praticar o networking feminino, afinal, quem disse que mulher não sabe fazer networking?
Conhecer as dores e as necessidades de cada grupo te abre os olhos para entender que “a mulher que diz que nunca sofreu preconceito no ambiente corporativo é muito desatenta”, como traz a reportagem do G, citando uma executiva do Itaú.
É bem por aí.
“É preciso estar atenta e forte”
Três em cada 10 pessoas no Brasil (27%) admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe, mostram dados da pesquisa “Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero” (em tradução livre do inglês), publicada neste ano pela Ipsos. (fonte: G1)
Quanto mais alta a posição, menor a participação das mulheres. Para os cargos do mais alto nível nas corporações, apenas 15% das empresas possuem uma mulher no topo, segundo a Grant Thornton.
“Mulheres que possuem outras mulheres como chefes têm mais chances de avançar na carreira. Se eu sou uma analista, a chance de ser promovida a gerente sobe de 32% para 61% se a liderança é feminina”, explica.
Carolina de Oliveira – Diretora de Inovação, Marketing e Novos Negócios da Grant Thornton,
Como diz o ditado: “diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar.”
Os movimentos femininos são espaços para dançarmos juntas.
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