O mês de março é marcado mundialmente pela data relembrada no dia 8, quando a mulher é parabenizada pela sua força e conquistas históricas. O 8M reforça a necessidade de movimentos e ações afirmativas pela equidade, diversidade, inclusão e combate à violência contra nós. Contudo, março de 2020 tem sido diferente. A crise causada pela pandemia mundial estabelecida pelo novo coronavírus, o Covid-19, tomou a frente dos principais assuntos do mês.
Eventos e manifestações foram cancelados.
Creches, escolas e universidades vêm sendo fechadas e empresas estão estipulando o home office para seus funcionários como medidas preventivas.
E, agora, fica a pergunta: como reprogramar as nossas vidas para uma rotina onde não há uma divisão clara entre horário comercial e o resto do dia?
O hábito de colocar o crachá, encher a caneca de café e ligar o computador no escritório começa a ser desafiado por um vírus que traz medo e distanciamento físico forçado entre as pessoas.
A cultura do mundo corporativo tradicional enfrenta uma guerra silenciosa há algum tempo. O Vale do Silício, as startups e o modelo de espaços de trabalho compartilhado, os coworkings, estão reinventando a nossa relação com o universo empresarial.
Quando companhias como Microsoft, Apple, Google, XP, lideram a decisão de implementar o home office como medida preventiva contra a disseminação do novo coronavírus, como fica o profissional que, habituado com a sua jornada segmentada, precisa agora, encontrar o equilíbrio entre o seu universo profissional e pessoal?
Para as mulheres e, especialmente as mães, essa divisão entre as nossas versões corporativa, pessoal e familiar é um desafio que vem sendo trabalhado há décadas.
Qual a mãe que nunca precisou atender uma ligação da escola em uma reunião importante ou saiu mais cedo do escritório para buscar o filho com febre na escola?
Estas reconexões com a vida pessoal e familiar em meio ao ambiente corporativo são exemplos de como a experiência feminina pode agregar positivamente em um momento como este.
O modelo de liderança Shakti, que propõe o equilíbrio entre o poder feminino e masculino nos negócios, é uma ferramenta de transformação que traz a proposta de estimular o equilíbrio de forças – energias – que estão presentes em todos nós, independentemente do gênero.
Como empresas que se abrem para este modelo de liderança e negócios podem estimular o equilíbrio dessas habilidades em tempos de crise, especialmente difíceis?
Mentorias internas podem ser uma solução efetiva e de baixo custo envolvido, especialmente, se forem estimuladas a acontecerem entre cargos e pessoas diversas.
Com o aumento e estímulo do home office, mentorias online são ferramentas práticas para estimular os colaboradores e aproximar pessoas pelo ambiente virtual, quando, na realidade presencial temos que nos manter afastados uns dos outros.
Outro grande desafio deste momento é compreender o equilíbrio para apresentar resultados efetivos de produtividade.
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Quando a nossa rotina impõe um modelo de produtividade das 9h às 18h, podemos nos surpreender com os resultados obtidos ao abrir novas possibilidades às empresas e negócios. É neste momento que precisamos saber interpretar nossos resultados e aprender a ler os sinais do nosso corpo. Apesar de quase ter sido banalizado por gurus formulados, o autoconhecimento continua sendo a base para o exercício da liderança.
Conhecer a nós mesmos não requer uma viagem espiritual para o alto de uma montanha gelada. Momentos de silêncio e conexão com nossa mente bastam para atingir esse lugar. Vejam só que grande oportunidade o momento de crise apresenta para este estímulo: é o meio externo nos impulsionando a conviver de forma mais equilibrada com nossos meios internos. Sejam eles físicos, no caso das empresas, sejam eles emocionais e espirituais, no caso dos colaboradores.
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Elisa Tawil – “Empresas Shakti”
LinkedIn Top Voices 2019. Mentora, consultora e podcaster pelo Vieses Femininos. Idealizadora e co-fundadora do Mulheres do Imobiliário.
Primeira certificada Shakti Leader em São Paulo e membro Tiara Resource Circle.
Elisa vai escrever mensalmente para a coluna “Empresas Shakti”, na qual ela trará temas como liderança feminina, equidade e maternidade nas empresas.
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